"Eu não sou promíscua. Mas sou caleidoscópica: fascinam-me as minhas mutações faiscantes que aqui caleidoscopicamente registro." Clarice Lispector


domingo, 1 de agosto de 2010

Vida a dois.

Falo agora sobre vida a dois, ou melhor, viver sob o mesmo teto.

Lendo uma entrevista da Lya Luft (a mesma que comentei dias atrás), em um dos pontos ela falou sobre a vida a dois. Eu fiquei pensando sobre as conversas em torno do viver ou não viver sob o mesmo teto com alguém.

Hoje em dia fala-se muito sobre o casal viver junto, sobre a falta de necessidade disso, sobre a ‘obrigação’, a cobrança que existe e que talvez tenha sido criada pela cultura de toda vida e que hoje a independência financeira e emocional fez com que essa situação tenha se tornado desnecessária. Tudo isso cria um questionamento e também a pergunta: quero mesmo ter alguém por que simplesmente quero, ou por que este conceito foi enraizado na minha cabeça desde sempre, porque meus pais, avós, tios, bisavós,..., viveram isso?? Dúvida. Na verdade não sou encanada com isso, mas a ‘pulga’ do questionamento está lá. Conversas com as amigas são discordantes, até porque como já disse várias vezes, minhas amigas são totalmente diferentes umas das outras, e claro, neste assunto as opiniões também são totalmente diferentes. Eu sou uma eterna romântica, acredito no amor e ao mesmo tempo sou realista e sei que a chama da paixão acaba, ou seja, nem penso que aquele “ahhhhhhh”, aquele frio na barriga perdure mais que um ano. Talvez menos... A paixão mais, mas também acaba. O amor dura, mas para mim o amor tem a ver com o velho clichê do respeito, lealdade, cumplicidade, companheirismo, muito carinho e cuidado... ahhh, o cuidado... Isso para mim é amor...

Mas enfim, voltando ao ponto de viver ou não viver juntos, as palavras dela me deram alento. Por quê? Porque é como sinto, é como quero que seja comigo e oxalá o seja!
Deixo aqui o fragmento da entrevista dada por Lya Luft sobre o tema, e abaixo o link da entrevista inteira.

VIDA A DOIS
"Fiquei viúva duas vezes. A primeira aos 49 anos, a segunda aos 57. Foram anos muito difíceis. Então, achei que não casaria novamente. Mas quando apareceu Vicente Britto Pereira) na minha vida, por acaso (não acredito em acasos) num almoço com amigos, tudo mudou mais uma vez, e para melhor, embora nessa hora eu já estivesse recuperada dos traumas e com uma vida plena, crianças (netos e netinhas) chegando, livros, etc. Pensamos em morar separados, mas logo achamos chato: complica isso de a camisa estar na casa dele, o meu suéter na minha, e quem vai sair de casa numa gelada manhã de inverno? Adoro essa hora do dia em que escuto a chave dele na porta, e retomamos nossa vidinha quieta, aqui, juntos. As longas conversas. Os longos bons silêncios. O amor não tem idade, nem precisa de beleza física: ele é a beleza."


http://www.clicrbs.com.br/especial/rs/donna/19,206,2967453,Entrevista-Lya-Luft-fala-sobre-sua-busca-pela-simplicidade.html

3 comentários:

  1. Oi, Libète. Deixei uns dois comentários por aí. Passeei pelo seu blog e gostei. Gosto de ler o "diário" das pessoas. Gosto de ler pensamentos alheios. Fiquei um tantinho curiosa para saber quem é, o que faz, como vive. Só sei que luta contra uma depressão que nem sei se tem mesmo ou se é por causa dos psiquiatras (aposto na segunda). Bem, muito prazer em conhecê-la. Nos veremos por aqui, já que meu blog está às moscas e é um desastre. V.

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  2. Um pedido: fale do tempo em que morou fora do Brasil e se gostou ou não.

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  3. V, se gosta de ler o que escrevo, please... be my guest!! Quanto a minha depressão, nem é tão depressão assim. Criei este blog como um diário e aqui escrevo o que realmente tenho vontade e quando tenho vontade. Aqui esbravejo, sonho, grito, canto e claro, quanto estou em meio a uma crise é o momento perfeito para escrever poque coloco todos os fantasmas e loucuras para fora, e isso pode parecer pior do que realmente é para os olhos de quem está lendo.
    Eu gostaria de saber do seu blog, mesmo estando as moscas... rss
    Terei em conta sobre falar de quando morei fora do Brasil... vamos ver quando este assunto vem...

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