"Eu não sou promíscua. Mas sou caleidoscópica: fascinam-me as minhas mutações faiscantes que aqui caleidoscopicamente registro." Clarice Lispector


terça-feira, 27 de julho de 2010

Como parar?

Acessos de fúria. Acessos de choro. Acessos de desespero. Esgotamento. Variações de humor. Lapsos de memória. Concentração zero. Euforia.

Culpa. Culpa por sentir tristeza, por achar que sou vitima e eu odeio vitimismo, porque eu deveria fazer mais, porque coisas acontecem porque sou acomodada, porque não sou boa o suficiente... Viu??? Me faço de vítima!! Oh my Gosh!

Raiva. Raiva por sentir culpa, por não me dar à chance de ser humana, de ter fraquezas, de me deixar ser como eu sou, de não querer ser no formato estipulado por outros. De haver saído de uma relação de anos, voltar depois de estar anos fora do país, cuidar da minha filha adolescente, começar a vida profissional do zero, não ter um puto furado no bolso, cuidar da casa sozinha e achar que isso não cansa....

Cansaço. Um cansaço absoluto, exaustão infinita. E junto com ele vem o esforço em sair desta roda viva ridícula de probleminhas e problemões que nunca mudam e são ‘boring’...

E vagamente lembro o médico dizendo ‘você ainda não começou a terapia?!?’ e também ‘... às vezes a gente se acostuma com coisas sem perceber... cargas que não precisa e não deveria levar...’ É isso????

E volta a pergunta: como faço parar?

Eu preciso fazer parar.

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